Conheça muito bem os seus objetivos, necessidades e possíveis soluções para tomar as melhores decisões em sua vida. Esse é o estilo de frase feita que se ouve aos montes por aí, mas que deveria ser levado como um mantra sempre que o assunto for implantação e migração de e-commerce.
Isso porque é comum ter dúvidas sobre qual tipo de agência digital pode tocar um projeto assim, principalmente quando sua demanda não está bem definida.
Nesses casos, será que uma agência de marketing digital vai cobrir o que sua empresa precisa? Será que qualquer agência de implementação vai resolver o problema?
Quanto melhor se compreende o escopo de cada agência, maior será a sua maturidade na hora da contratação. Assim, você poderá evitar sugestões furadas, escolher por conveniência ou deixar se levar por preço.
São estes problemas que resolveremos neste artigo ao explicar os diferentes modelos de agência, apresentar aquela que realmente vai implementar/migrar sua loja e mostrar como fazer uma boa escolha.
Em nosso podcast “E-commerce ao Cubo”, nós também trocamos uma ideia sobre o tema. Caso você queira ouvir para complementar a leitura, é só dar play ? ▶
Quais são os tipos de agência digital?
Conheça, de forma breve, quais problemas cada uma costuma resolver, suas formas de atuação e para quais situações elas são mais indicadas.
Agência de marketing digital
Esse é o tipo mais genérico de agência que atua no mercado digital. Basicamente, ela tem um perfil multidisciplinar no sentido de ter um domínio amplo sobre diversas estratégias de marketing na internet.
É com ela que você vai pedir para rodar campanhas de Google Ads, pensar em uma ação com influenciadores nas redes sociais ou otimizar o SEO do seu site.
No entanto, as agências de marketing digital têm uma veia comercial muito mais forte do que desenvolvedora. A maior parte não é especialista em implementações e migrações de lojas virtuais. Elas não costumam possuir times dedicados e certificados para programar em VTEX, Magento, Shopify, Oracle ou qualquer outra plataforma.
Isso sem falar das habilidades necessárias para quem toca um projeto de e-commerce, como entender de integrações, logística, meios de pagamento, antifraude, recuperação de carrinho e muito mais.
A agência de marketing digital será bastante útil durante o projeto e depois do go-live da sua loja. É ela quem te dará suporte quando você precisar de uma cabeça e um braço para fazer seu negócio ser mais conhecido e vender mais.
Agora, caso você necessite resolver demandas mais específicas, temos outras opções para apresentar.
Agências de conteúdo e inbound marketing
Poderíamos até separar este tópico em dois, mas vamos resumir no mesmo porque o escopo é bem parecido. Afinal, o conteúdo é o motor principal do inbound marketing.
A agência de conteúdo é a responsável por planejar, roteirizar, criar, revisar e direcionar a publicação de artigos, vídeos, podcasts, infográficos e outros formatos possíveis.
Em um e-commerce, caso a agência tenha essa expertise, ela pode auxiliar em atividades como:
- ? criação dos textos e vídeos descritivos de páginas de produto;
- ? produção de reviews para serem publicados em blogs e sites parceiros, etc.
Ou seja, sua loja pode ter canais, ações comerciais e estratégias definidas só esperando o encaixe de um conteúdo mais bem produzido.
Já a agência de inbound marketing pode fazer tudo isso e ainda ter uma pegada mais macro. Isso porque é ela quem vai definir as estratégias de atração orgânica de leads e ver como usar esses conteúdos da melhor forma.
Se sua loja pretende usar um blog, e-mail marketing e outros canais não pagos para obtenção de potenciais clientes, o inbound marketing deverá ter sua atenção.
Além de produção de conteúdo, a agência de inbound ainda tem o domínio sobre gestão de mídias sociais e boas práticas de SEO.
Agência de mídias sociais
As agências de social media são as que vão administrar suas contas nas redes sociais.
Normalmente, elas cuidarão tanto da parte mais estratégica, onde vão definir a maneira como você se apresenta nas plataformas para atingir um objetivo, quanto da operacional, na qual também vão subir os posts, criar as artes e atender ao público.
Caso sua loja considere o Instagram, o Twitter, o Facebook, o TikTok e outras redes de extrema importância para geração de negócios, é legal contar com um parceiro nesse nível de especialização.
Agência de SEO
As agências de SEO já têm um caráter mais técnico. Seu papel é auditar, indicar e operacionalizar os ajustes nos sites dos clientes para que eles se posicionem melhor nos motores de busca (basicamente, o Google, né?).
Nesse contexto do e-commerce, os profissionais de SEO de uma agência devem manjar de programação, UX/UI e vendas. Afinal, nem toda otimização sugerida por uma ferramenta ou percebida em uma análise humana faz sentido em uma loja virtual.
Por exemplo, um site institucional ou um blog não devem ter páginas com títulos maiores do que 60 caracteres. Entretanto, em um e-commerce, é comum que esses títulos sejam um pouco maiores nas páginas de produto, onde a descrição já começa a ser feita por ali.
Então, para as lojas que se preocupam em oferecer uma melhor experiência ao público e trazer mais acessos orgânicos, vale contar com um parceiro especializado em SEO.
Agência de performance
A responsabilidade desse tipo de agência é gerar eficiência na compra de mídia para as campanhas promocionais e institucionais de um e-commerce.
É ela que vai sugerir e/ou configurar detalhes como ajustes de lances, correspondência de palavras-chave, segmentações de público-alvo, tempo de campanha e uso de verba de acordo com um objetivo.
Se você ainda não tem um time de analistas de mídia paga que dê conta de gerenciar e subir o volume de campanhas que sua loja venha a precisar, pode ser mais interessante trazer uma agência só para cuidar disso.
Agência de implementação e desenvolvimento
Esse é o modelo de agência que realmente tem as capacidades para subir uma nova loja ou fazer uma migração de plataforma.
Uma agência de implementação tem os times e as skills necessárias para elaborar um e-commerce em um ou mais sistemas.
No mínimo, ela deve possuir equipes com desenvolvedores full stack, front end e back end, além de designers, gestores de projeto que entendem de comércio eletrônico e especialistas em suporte e evolução.
Adicionalmente, a agência também pode internalizar ou trazer parceiros que prestem consultorias de venda ou serviços de marketing digital.
Ela também pode desenvolver suas próprias tecnologias, como ferramentas integradoras, para serem acopladas a um determinado sistema. Com isso, aumenta-se o valor agregado do projeto e as possibilidades de customizações.
Mas o mais importante é que uma agência de implantação vai saber te dizer o que é ou não é possível desenvolver em uma plataforma. Dificilmente, terão promessas infundadas ou arranjos que vão desperdiçar tempo e dinheiro.
Como funciona uma agência de implantação?
Vamos seguir falando de agências implementadoras, mas agora sob o aspecto do seu modelo de negócios.
Para nos aprofundarmos em seu escopo, precisamos falar da relação entre expectativas e responsabilidades.
A primeira coisa é entender que a agência pode ser tanto uma mera resolvedora de briefing quanto uma parceira que vai propor ou desenhar o projeto junto ao cliente.
No primeiro caso, ela apenas cumprirá o que for possível dentro das premissas estabelecidas unicamente pelo lado cliente (que pode trazer um consultor ou outra agência para a mesa).
No segundo caso, ela também assumirá uma função mais consultiva, de aconselhar o cliente sobre as melhores práticas para desenvolver o projeto sobre a plataforma.
Seja qual for o perfil, é importante ficar claro que a agência implantadora não vai fazer a loja vender por si só. A criação de promoções, a definição do catálogo, a configuração de campanhas e outras funções além da programação são de responsabilidade do cliente.
Isso também vale para as demais integrações. Logística, estoques, conciliação financeira, meios de pagamento, marketplaces… Tudo isso é uma escolha e uma organização do cliente. Cabe à agência, em situações normais, fazer a integração acontecer no back end.
Portanto, podemos concluir que as agências de implementação serão mais úteis para as empresas minimamente preparadas para a sua digitalização. Se não houver um núcleo dedicado para gerir e operar seu e-commerce, a chance de bater cabeça com o desenvolvimento do projeto é muito grande. Nessas horas, talvez uma agência full commerce resolva o problema.
Agência de implantação não é full commerce
Se você espera ter um parceiro capaz de cuidar de todas as fases e departamentos da sua loja virtual, uma agência de full commerce será a melhor pedida.
Ela assume o papel de cuidar do desenho do projeto, da implantação/migração, integrações, fulfillment, cadastro de produtos, marketing, atendimento ao cliente, ERP, análise de resultados, segurança de dados e o que mais for necessário para o e-commerce funcionar a pleno vapor.
Essas soluções podem ser adquiridas de forma modular, selecionando apenas o que você precisa, ou de maneira integrada, adquirindo um pacote de serviços mais completo.
Em suma, a agência de full commerce será um apoio relevante quando sua empresa ainda não souber lidar com alguma das áreas que citamos neste tópico.
Mas lembre-se que ainda é uma estrutura de agência com uma atuação mais genérica. Ela atenderá vários clientes ao mesmo tempo e talvez não seja especialista em determinados processos.
Como escolher uma agência para atender seu projeto?
Agora que você conhece a diferença entre as agências de implementação e de full commerce e como elas podem atender sua demanda de criação e migração de loja, vamos te dar um empurrãozinho na hora de definir os critérios de decisão sobre o fornecedor mais adequado para o seu projeto.
Experiência com a plataforma
É comum que a escolha da plataforma venha antes da agência implementadora. Então, é bom investigar o histórico (tempo e relevância dos projetos) desse parceiro com o sistema de e-commerce.
Portfólio
No momento de avaliar uma agência, não deixe de olhar os projetos que ela já atendeu ou ainda atende — se ela tiver uma página de cases ou de clientes em seu site, melhor ainda.
Essa análise é legal para entender se ela já trabalhou com lojas do mesmo segmento, tamanho ou complexidade que você pretende desenvolver.
Quanto mais alinhado for o histórico da agência com as suas pretensões, maiores as chances de o seu projeto fluir de maneira segura.
Transparência com as entregas
Outro fator a ser analisado é o quão realista a agência é na hora da negociação, da reunião de kick-off e no briefing de layout, por exemplo.
Em cada ponto de contato decisivo, a agência precisa demonstrar quais são seus limites e quais são as obrigações do cliente.
Quanto menos surpresas ou “jeitinhos” houver, mais econômico, rápido e eficiente será a entrega do projeto.
Divisão de conhecimento
É bom também considerar o quanto a agência tem a tendência a amarrar o cliente em seus serviços em função da falta de maturidade ou conhecimento do lojista com o e-commerce.
Por isso, uma vez que a agência compartilha o seu aprendizado e o seu domínio com a plataforma, o cliente poderá andar com suas próprias pernas no futuro.
Aqui na FRN, para se ter uma ideia, oferecemos treinamentos em diversos módulos da plataforma VTEX para o cliente ter mais noção e controle sobre a operação da sua loja.
Custos envolvidos no projeto
Deixamos esse critério por último não foi à toa. Afinal, o que se vê com alguma frequência no mercado é a escolha de fornecedores tendo os preços como ponto de partida.
Não queremos tirar a importância quase que crucial dos custos de um projeto, mas se o desenvolvimento e a evolução do seu e-commerce forem condicionados ao preço, teremos aí um fator bastante limitante.
Afinal, será que as agências que cobram o valor mais baixo têm as certificações, as experiências e os profissionais exigidos para dar conta do seu projeto?
Você sabe realmente do que precisa?
Nenhuma empresa gosta de ver sua operação digital demorar longos meses e anos para sair do papel, não é verdade? Isso quando não produzem algo mais rápido, porém mal feito.
E por mais que o mercado exija agilidade com boa qualidade no desenvolvimento, esse é um problema que ainda rola em função de escolhas equivocadas de parceiros.
Sabe aquela indicação amiga, a proposta com preços estranhamente baixos ou a agência que domina X e resolve oferecer Y só para não perder o controle da situação? Tudo isso vai em direção oposta a uma entrega eficiente do seu projeto.
Portanto, tenha muito bem definido o que essa implementação ou migração de loja precisa conter. Se for necessário, crie matrizes com critérios de avaliação de cada agência e documente os demais processos de seleção.
No fim, é o seu nível de dedicação que vai apontar o quão amadurecida sua empresa estará para a sua digitalização.